Política - Grandes Debates - 1982 a 2000

Franco Montoro x Jânio Quadros: Band, 1982 O debate de candidatos ao governo de São Paulo em 1982 é um dos exemplos de como a falta de regras dos primeiros confrontos deixava o clima muito mais espontâneo. Sem corte de som ou interrupção do mediador, Franco Mo... [+]
Franco Montoro x Jânio Quadros: Band, 1982 O debate de candidatos ao governo de São Paulo em 1982 é um dos exemplos de como a falta de regras dos primeiros confrontos deixava o clima muito mais espontâneo. Sem corte de som ou interrupção do mediador, Franco Montoro e Jânio Quadros bateram boca como se estivessem num bar. - A renúncia ficou para o Brasil mais cara do que a construção de Brasília. Eu gostaria que o senhor refutasse ou negasse essa afirmação - diz Montoro - Eu não posso nem refutar nem negar. Onde se encontra essa informação? - pergunta Jânio. - Está aqui o livro, página 304, depoimento de Carlos Lacerda. - Ah, sei - responde Jânio. Está dispensado da citação. Para provocar Jânio, Montoro usou uma citação de Carlos Lacerda, desafeto do ex-presidente. A resposta de Jânio fez a plateia cair no riso: "O senhor acaba de querer citar as Escrituras valendo-se de Asmodeu ou de Satanás". Risos da platéia e do próprio Montoro, com aplausos. Guilherme Afif x Mário Covas - Band, 1989 - Com qual das duas caras você vai se apresentar nessa eleição? - pergunta Afif. - Eu acho que tem só uma cara, mas se eu tivesse várias, certamente todas elas teriam vergonha" - responde Covas. Brizola x Paulo Maluf : Band, 1989 Paulo Maluf merecia um prêmio por animar tantos debates. Na disputa presidencial de 1989, ele fez uma dupla com Leonel Brizola digna de programa de comédia. Sem papas na língua, Maluf disse que quem era desequilibrado não podia ser candidato a presidente. Começou assim uma troca de insultos. - Porque ele tem uma auto-suficiência, ele se ejacta... - Graças a Deus - responde Maluf.(...) (...) - Não lhe dou aparte - diz Maluf - Filhote da ditadura! - acusa Brizola - Desequilibrado! Passou 15 anos no estrangeiro e não aprendeu nada. E, o pior, não esqueceu nada! - diz Maluf. Risos da platéia - Filhotes da ditadura! - aponta Brizola para a platéia. - Malufistas! Paulo Maluf x Mário Covas:Band, 1989 - O senhor é contra ou a favor da legalização do aborto? - pergunta Maluf. - Contra - responde Covas. - O senhor tem um minuto - diz a mediadora, Marília Gabriela - Pra mim basta - rebate Maluf. - Se para o Maluf basta, pra mim basta - responde Covas. Mário Covas era candidato à reeleição em 1998, mas amargou o segundo lugar no primeiro turno das eleições para governador. O candidato tucano quase ficou fora do segundo turno: atingiu 3.813.186 votos, pouco mais de 70 mil à frente de Marta Suplicy e bem longe dos mais 5 de milhões de votos de Maluf. No segundo turno, o candidato mudou a estratégia eleitoral e partiu para o combate: logo no primeiro debate, fechou o programa pedindo que o eleitor comparasse a história e o caráter de cada candidato. Mário Covas foi reeleito com quase 10 milhões de votos, a maior quantidade alcançada por um governador de São Paulo. Candidatos à Prefeitura de São Paulo em 2000, Paulo Maluf e Marta Suplicy bateram boca no debate da Bandeirantes. Com índice de rejeição beirando os 60%, o ex-prefeito partiu para cima da petista e a fez descer do salto quando a chamou de desqualificada. Marta mandou então a célebre frase que muitos paulistanos murmuravam do outro lado da TV: "Cala a boca, Maluf". O mundo deu voltas e, quatro anos mais tarde, os dois se uniram em campanha pela reeleição de Marta. Collor x Enéas (2000) Por ordem dos sorteios, Collor tinha que fazer uma pergunta para Enéas Carneiro durante debate para a Prefeitura de São Paulo em 2000. O ex-presidente não fez pergunta, zombou do adversário dizendo para ele falar qualquer coisa que quisesse. Com segundos na propaganda eleitoral, Enéas deitou e rolou no seu um minuto e meio de "tema livre".